Cara Erva daninha
(ou seja lá qual é o seu nome científico)
(ou seja lá qual é o seu nome científico)
Aprendi que não adianta correr contra o que eu já fiz, as consequências correm muito mais rápido que eu. E se eu tentar fugir, elas colocam o pé na frente e me derrubam. Eu não posso me esquecer do que fiz, e do que cultivei, pois é agora que estou colhendo. E pouco me importa o que você vai colher, mas não se alastre, erva daninha, no meu jardim, achando que pode ser como as outras plantas. Porque quando vejo você destruindo cada muda, que foi tão difícil plantar, com tanta facilidade e frieza, com tanta rapidez, com tanta superioridade, eu sinto mais repulsa de você, erva daninha. Mais repulsa de quão tola eu fui em plantá-la no meu jardim, desejando que se tornasse a mais bela da rosas, alimentando esse desejo até que revelasse que realmente era. Mas será mesmo que a culpa foi minha? As sementes eram tão iguais, que não pude diferenciar. E agora eu daria todo o meu jardim à você, erva daninha, para que toda essa sua destruição acabasse. Para que cessasse todo o rancor que eu guardo, por você, e só por você, já que os insetos não destroem tanto, nem algumas pragas, que posso deter com facilidade. Eu lhe daria o meu jardim, e começaria um novo, limpo de você. Mas não dá, pois só temos um jardim na vida. E como esquecê-la se você limpou-me de outras ervas, mas acabou com meu campo de margaridas? É, talvez seja tarde demais. E não sei como isso vai acontecer daqui pra frente, mas eu joguei limpo, eu falei o real, falei o que vi, querendo ou não, estava mais do que na cara os destroços no jardim. Então, lhe peço erva daninha, não me cause mais repulsa. Espero que agora que com todo custo estou te removendo de todos os cantos do presente jardim, (porque no passado você sempre estará aqui) não volte mais, pra não machucar mais. Porque te elevei à condição de um flor rara, e não o eras. E nessa parte a culpa é minha, eu esperei demais. Flores raras, são realmente raras. Tenho algumas no meu jardim, mas fui ambiciosa querendo mais, e desvalorizando as que tinha. Que arrependimento ! Eu já tinha plantas tão raras, tão maravilhosas, mas mesmo distante não deixei que você as destruisse. Espero, erva daninha, que encontre um outro jardineiro que te queira, para matar plantar indesejáveis, ou pra começar um jardim, por que no meu jardim você não cabe mais. E escrevo essa carta porque já estou cansada disso.
Anallu Goes, A Jardineira.
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