segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estava lendo poesia
a essa hora do dia.
Cinco horas da manhã que galo não canta.
Vivo na cidade, menina.
Quem canta por aqui é pneu que corre na pista.
Nas curvas de arranha céu que ainda bem não arranhou o céu ainda,
mas que é alto a perder de vista.
Estava lendo poesia,
e raiou o dia.
Me esquivei do cotidiano
e esbarrei na contramão.
Me aninhei nos cobertores
e fechei os olhos,
enquanto os sinais abriam.
Enquanto a cidade se espreguiçava veloz,
eu dormia, atrevida, por ignorar as ordens,
por mudar o tempo.
Só acordo quando a cidade dorme.
Rotina me nina.

- Anallu Goes.

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