domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ainda não vi nada .


Eu vi aqueles que sofreram, mas vi aqueles que se levantaram em meio ao sofrimento e deixaram a tristeza largada.

Vi aqueles que perderam, e aprenderam a valorizar. Mas vi os que valorizaram desde o início, e nem perceberam quando o fim chegou.

Vi aqueles que tiveram seus sonhos pisados e amassados, e vi os que passaram cada sonho à ferro quente mas não deixaram de sonhar.

Vi os que perderam a voz, e vi os que encontraram novas maneiras de gritar.
Vi os que lamentaram, os que aprenderam.
Os que imaginaram, os que viveram.
Os que brilharam, os que iluminaram.

Eu vi tanta coisa, mas não vi nada. Ainda não vi nada. 

Há tanto para ver, por dentro e por fora. Ainda não vi o futuro.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Preciso das palavras,
Como o céu precisa do sol a cada amanhecer,
Como a água precisa da terra depois de precipitar nesse ciclo vicioso,
Como o corpo precisa da água, quando a sede já resseca os lábios,
Como os braços precisam dos abraços para se encontrar,
Como a Lua precisa das juras e segredos guardados sobre seu olhar,
Como as lágrimas precisam de um colo para repousar,
Como a noite precisa dos sonhos para acalentar,
Como a vida precisa do tempo para ser,
Como um sorriso preciso do outro pra completar,
Como a tristeza precisa do fogo para virar cinza,
Como o coração precisa da batida,
A distância precisa da despedida,
O tudo precisa da verdade,
 E a vida precisa, às vezes, sair da realidade.
Como o corpo precisa do movimento, 
e a respiração precisa do ar,
eu preciso das palavras.


Anallu Goes

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A manhã caiu serena,
como na nossa primavera.
Mas logo se fez tormento,
como o mar furioso com as ondas.
Se fez angústia , e confusão.
Porque não confiei mais em mim,
desde o momento que seus olhos
encontraram atônitos os meus.
Percebi que eles se procuravam há tempos,
e seu encontro tirou minha razão.



Anallu Goes

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Como posso ?

Como posso não ouvir mil vezes a mesma música, se ela canta tudo que sinto ?
Como posso não sentir o gosto salgado em meus lábios, se as lágrimas insistem em correr no meu rosto ?
Como posso arrancar essa angústia toda ?
Como posso simplesmente ignorar ?
Como posso parar de ver em cada segundo uma eternidade ?
Como posso sonhar acordada ?
Como posso caminhar de olhos fechados ?
Como posso não me apaixonar pelo luar ?
Como posso fazer o infinito caber aqui ?
E o pra sempre se iniciar agora ?

Como posso impedir o sol de brilhar, todos os dias, outra vez ?

Anallu Goes

(Meu) Mar .

Estava com os pés na água. Eu não queria mergulhar, mas o dia estava tão lindo que não me preocupei com nada, e mergulhei de cabeça, esquecendo tudo que estava para trás. Dentro da água, nada lá fora me importava. Eu tinha medo de me afogar, mas ao mesmo tempo tinha sede de desvendar os 7 mares. Tocar cada alga, nadar com todos os peixes, e distraída não vi uma tempestade se aproximando. Quando percebi que a tempestade já estava começando, e que eu estava tão longe da costa, fiquei assustada. Eu não podia acreditar que havia chegado tão longe, sem me preocupar com o que estava realmente acontecendo. Me desesperei.Quis sair dali de uma vezes, e acabei deixando partes de mim dentro daquele mar. Quando cheguei orla da praia, ofegante e desnorteada, foi que percebi que havia deixando tanta coisa importante para trás, mas não me pareceu nada grave, eu iria me recuperar. E me recuperei, de uma forma que eu já mais pensei que conseguiria, voltei a ficar feliz a cada amanhecer vista da orla da praia, e a saudades do mergulho no mar eram quase remotas. Viver na orla e contemplar o infinito dali já me parecia o suficiente. Então a maré baixou, e muito. Resolvi que não havia problema se eu sentasse na areia, onde a água não chegava mais. E foi tentador ficar ali tão perto e não poder colocar os pés na água. Mas eu tentei resistir, e tudo estava tranquilo. Adormeci ali mesmo, sentindo o cheiro da água salgada entorpecer meus sentidos. Era tudo que eu mais queria. Quando despertei era tarde demais, a maré já estava me cobrindo novamente, e para não me afogar, mergulhei. De novo. Mas dessa vez, não foi sem pensar. E agora eu estava no mesmo lugar de antes, só que com uma visão um pouco diferente de tudo. Fico o tempo todo olhando para fora, com medo de outra tempestade. Mas quero encontrar uma parte minha que fico aqui, e foi a única que não se reconstituiu. O problema é que esse mar eu já conheço, mas dessa vez sei que posso me afogar por isso estou atenta. Mas sei também que posso aproveitar esse mergulho e ver coisas que antes, quando eu tive medo não pude ver.

Mar, será que dez vez será diferente ? Dessa vez eu vou com calma, mas vou com pressa também. Sei que posso me afogar outra vez, mas minha sede de tentar te desvendar é maior que isso. e espero que seja maior que o medo também. Não acha que já comecei bem ?


Só tentei escrever pra desabafar, e talvez não faça sentido nenhum esse texto.

Anallu Goes

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

São ventos errantes
        de caminhos errados
             sou eu, passante
                    passageira do nada.


Tenho certeza de não ter certeza de nada
            Vejo beleza no vazio da madrugada
               O resto, é tudo cheio demais, é teia sagaz
                 Que me prende em meio aos sonhos, mostrando que as eles não cabe a realidade.


Mas isso não é verdade, é apesar crueldade.


        Sou eu, errante passada quem determinada o que me cabe. A mim e aos meus sonhos.
        E o que cabe a eles, realmente não é a realidade. É algo bem mais bonito, verdadeiro, humano e real.
Anallu Goes #

Não há melhor maneira para se viver do que viver feliz, apesar dos 'apesares'.

Anallu Goes #