sábado, 24 de março de 2012

Sei lá.

Incomode. Seja resiliente quando todos parecessem feitos de concreto. Quero ver o brilho nos teus olhos, por trás de toda a cor cinza que polui a cidade. Na segunda-feira, acorde depois que o sol partir. Caminhe sobre os trilhos, deixe o trem desvie de você. Abra teus olhos debaixo d’água. Veja claro como um cristal. Passe sua sexta-feira num parque, no topo de uma montanha-russa, vendo a correria correr lá em baixo. Vendo o tempo se esgotar a cada passo. Disseram às nove? Não se levante antes das dez. Trabalhe sábado e domingo, só porque você ama trabalhar, você ama o que faz. Hoje o dia é seu. Vamos lá, pé ante pé. Quando o vento cortar sua face, sinta a sutileza da vida. Do amar, do sonhar. Pise nas pontas do pé, rodopiando até a cabeça girar com você. É teu mundo girando, então deixa girar. Deixar o tempo passar, deixa a si mesmo ser. Não ouça os tabus gritados dos altos dos prédios. Quem foi que disse que é certo comprar pra ser? Quem foi que disse que sobreviver é viver? Quem deixou morte virar estatística?  Quem deixou você ignorar o bem, enquanto o mal vende jornal, estampa manchete? Quem foi que disse que animal é irracional? E quem foi que disse que é inútil flutuar? Incomode. Só hoje, tire os pés do chão.

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