Não tenho nada.
Tentei dedilhar qualquer melodia
mas meus dedos curtinhos não ajudam.
E minha falta de coordenação motora entra na dança.
Pus o som baixinho, pra não acordar o vizinho.
Contradança.
Que cadeira desconfortável.
Rodo.
A música pega minha mão direita, e me chama pra dançar.
Os pés descalços,
as mãos, desajeitadas,
a cabeça dando vida às bobagens do coração.
Cada barulho na madrugada parece trovão.
Te conto um segredo:
tenho medo de trovão.
A madrugada, seu silêncio trincado
Pelo meu trovão.
Moço, são 01:00
Não tenho nada.
Nem poesia,
Nem melodia,
Nem companhia
- só tenho insônia.
- Anallu Goes
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