terça-feira, 22 de maio de 2012

Meio ela.


Não sei se foi a meia hora que iniciava o amanhecer, ou a meia hora que estreava a aurora, mas sei que aconteceu.

A verdade é que ela se fez em meia hora. Trinta minutos, sem mais nem menos. Três mil e seiscentos segundos fizeram-na. Não me pergunte se foram suficientes, porque sou míope e pra mim, ela não passa de um borrão.

Não se assuste. A pressa já perdeu a velocidade, virou rotina, virou o novo marcador do tempo. É a vida, corrida. É o movimento que ninguém pode parar. Ninguém pode parar. Ele ecoa. E nas ondas desse eco, fizeram-na assim: meio noite, meio dia; meio cheia, meio vazia; meio feliz, meio com medo; meio cética, meio poética; meio sonho, meio realidade; meio abstração, meio de verdade; meio jazz, meio samba; meio Hollywood, meio Copacabana; meio cópia, meio original; meio romance com happy end, meio terror trash; meio ação, meio observação; meio inexpressiva, meio fatal.

A verdade é que de metades ela está cheia. De metades, ela se fez e se faz. De metades ela se completa.


- Anallu Goes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário